Os cineastas e a filosofia: ensaios de filosofia no cinema
Organizador
Yves São Paulo
O cinema apresenta uma nova maneira de percebermos o mundo. É um olho mecânico que se destaca do corpo humano para oferecer outras perspectivas. Compreende novos sentidos de tempo e de espaço, novas formas de se posicionar perante as relações humanas. Enxergando desta forma, os cineastas tomam este dispositivo novo e começam a pensar. Não apenas pensam como fazer os seus filmes, mas a respeito desta arte que ajudam a fazer. Qual a natureza do tempo cinematográfico? Qual a prerrogativa moral de uma encenação fílmica de um evento histórico? Questões que outrora ficariam nas mãos dos filósofos da arte, encontramos nas mãos dos fazedores de cinema. Ideias construídas não somente enquanto eles tomam seu tempo para teorizar esta arte – e muitos deles escreveram textos, e verdadeiros tratados, de grande profundidade sobre o cinema – mas também enquanto realizam seus filmes. Seria o cinema mais do que uma nova arte, uma nova forma de se fazer filosofia? Seria possível filosofar através dos filmes? Nesta coletânea, ao invés de propormos os filmes como ilustrações de teorias de filósofos do cânone, encontramos os próprios cineastas como sendo promotores do pensamento. Encontramos uma variedade cultural que atravessa diferentes continentes, em obras de realizadores como Mário Peixoto e Glauber Rocha, Andrei Tarkovski, Jean-Luc Godard, Carl Th. Dreyer e Yasujiro Ozu.