
Pode a psicologia ser feminista? pode, sim senhores!: uma revisão de literatura sobre mulheridades e interseccionalidades
Talita Klosowski
Marcela Teixeira Godoy
No presente livro-estudo, abordamos a Psicologia Feminista Intersseccional (PFI), como uma crítica à Psicologia tradicional e hegemônica, destacando a negligência histórica em relação às experiências das mulheres e a perpetuação das desigualdades de gênero. Conceição Nogueira é uma referência importante no campo, focando na Interseccionalidade, teoria que aborda a interação entre diversas formas de opressão. A PFI busca emancipar as mulheres, reconhecendo as mesmas como sujeitas de poder. É uma abordagem crítica e necessária para compreender e enfrentar as complexidades das opressões de gênero, raça, classe e outras identidades, promovendo uma representação autêntica das mulheridades. O conceito apresentado, neste estudo, de ‘’mulheridades‘’, destaca a diversidade de experiências das mulheres, a não unicidade, orientando uma liberdade compartilhada. Desse modo, o estudo propõe-se a evidenciar autoras feministas e sugerir a aplicação da PFI em contextos regionais. Pretende-se que as reflexões que possam surgir a partir desse trabalho, possam também contribuir para o desenvolvimento de abordagens mais equitativas e transformadoras na área da saúde mental, considerando as especificidades de gênero, raça, classe social, sexualidade, entre outras. A pergunta inicial, que deu nome ao livro-estudo, nos foi colocada quase todas as vezes em que relatamos nosso objeto de pesquisa. Mesmo sabendo que nem todas as pessoas sabem definir os feminismos cientificamente, ficávamos incrédulas ao perceber que o obscurantismo que pairava sobre nossas cabeças não era proveniente de narrativas proferidas em um contexto de cunho moral ou religioso, mas supostamente, científico: a academia.
