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Arte de Capa: SACHIN CHENGARA

Diálogos da cidade: experimentações coletivas

Cristine Jaques Ribeiro (Org.)

O presente livro se propõe apresentar pesquisas vinculadas ao Grupo de Estudos e Pesquisa Questão agrária, urbana e ambiental/Observatório dos conflitos da cidade do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas/RS. O resultado da produção coletiva apresenta os temas que transversalizam a temática do direito à cidade na região sul do Rio Grande do Sul. Temas esses que são resultados das manifestações dos modos de vida dos coletivos que habitam a cidade. A geografia instituída nas cidades é resultado de uma arquitetura que nega os sentidos produzidos por seus citadinos. A cidade é constituída por planejamentos e planos que não consideram a demanda produzida pelos heterogêneos modos de ocupar a cidade. A racionalidade histórica atual preocupa-se em investir na especulação da terra mais para fins imobiliários do que para garantia do direito de existir. Em razão disso, o urbanismo é realizado por técnicos que “sabem” o que é melhor para cidade, consequentemente, o urbicídio é justificado para o “melhor” crescimento da cidade. A cidade torna-se um cárcere com roupagem moderna. A cidade planejada se torna também na atualidade a cidade negociada. Nesse ínterim se pergunta: O que é a cidade? De quem é a cidade? Para quem a cidade existe? Sendo assim, os questionamentos acima instigam analisar os processos de luta que se estabelecem nas relações de saber e de poder da cidade. Processos de subjetivação e de singularização que pulsam tanto na micropolítica, onde se estabelece cotidianamente estratégias de luta e de resistência, como a reprodução dos valores impostos pela macropolítica identificada, por exemplo, nas políticas públicas que pretendem garantir os direitos sociais ou nos acordos que não consideram a participação dos citadinos. Os processos de gentrificação são constantes na realidade das cidades e são o resultado de um conjunto de medidas urbanas que pretendem instituir a expulsão das populações mais pobres de determinadas regiões para “dar” lugar às populações mais ricas. Sobra para a periferia o desafio de conseguir se deslocar, trabalhar, ter lazer e morar nas condições impostas pelo planejamento que não acolhe as necessidades de todos que habitam a cidade.

 

ISBN: 978-85-5696-638-4

DOI: 10.22350/9788556966384

Nº de pág.: 282

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