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Semiótica da diversidade: devires minoritários e linhas de fuga

Fabio Pezzi Parode; Rafael Mesquita; Maximiliano Zapata (Orgs.)

O ano de 2016 foi um ano trágico na História do Brasil. Exatamente em 31 de agosto de 2016 a presidenta Dilma Roussef tem seu mandato cassado. Fatos históricos têm nos demonstrado a dinâmica de uma grande conspiração orquestrada por agentes de dentro das instituições, do judiciário, do executivo e também do legislativo contra um regime de governo cujo maior objetivo foi diminuir a desigualdade social. Um conjunto de condições foram forjadas e a primeira mulher eleita democraticamente por mais de quarenta milhões de votos foi julgada e condenada por um suposto crime de responsabilidade que de fato nunca existiu e nunca existira na história da administração dos muitos outros presidentes que a precederam. É neste cenário que uma avalanche de acontecimentos começam a redirecionar o país para um projeto politico que acima de tudo, retrocedia: na economia, nos valores culturais, no papel das instituições, nos direitos sociais, entre outros. Setores da população emergem com uma visão de mundo redutora, autoritária, no limite, fascista. Grupos minoritários tais como os indígenas, os negros, os LGBTQ e as mulheres são abertamente excluídos e referidos pelos novos lideres da direita como inferiores, secundários e em alguns casos até, a serem combatidos. O fundamentalismo religioso deu alicerce a um pensamento restritivo no campo da moral e dos costumes. Uma série de eventos marcaram a presença desse comportamento no campo social e cultural. Um forte movimento de censura se manifestou e impediu a liberdade de expressão de artistas em seu pleno exercício, como ficou evidente no caso Queermuseu em 2017, entre outros. Os artigos aqui apresentados são resultado do seminário Comunicação Visual e Estética: dispositivo e poder ofertado em 2019 no Programa de Pós graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará. O planejamento deste seminário buscou levar em conta o cenário político do país após o golpe de 2016.  Buscou-se trabalhar de forma interdisciplinar com conceitos oriundos da filosofia, da comunicação e da semiótica, tais como dispositivo, afirmação de potência, diferença, minoria, gênero, transfeminismo, subjetividade, assim como, mídia, representação, discurso, narrativas, heterotopias etc. Buscou-se no conjunto dos textos refletir sobre as condições de produção de grupos minoritários diante do cenário politico desfavorável às suas expressões. Da comunicação à cultura, diferentes formas de expressão marcam estratégias de resistência e organização, perfazendo diferentes caminhos de subjetividades articuladas em grupos, atuando politica e esteticamente no campo das lutas sociais, defendendo seus direitos e afirmando sua natureza. Desenha-se aqui, portanto, mais do que um laboratório de construção de conceitos e reflexões, indo além, articula-se vivências e compartilha-se histórias e pensamentos, formando no horizonte uma frente de resistência humana diante dos novos muros que se impõem à alegria e buscam emparedar através do ódio a livre expressão da diferença. Ao todo são treze artigos produzidos em torno da temática comum Comunicação Visual e Estética: dispositivo e poder.  

 

ISBN: 978-85-5696-692-6

Nº de pág.: 228

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