Arthur Versiani Vellôso e a Filosofia em Minas Gerais

Meu propósito no verbete é fornecer o perfil intelectual de Arthur Versiani Vellôso, insigne filósofo mineiro, nascido em Ouro Preto em 1906, falecido em Belo Horizonte em 1986 e cujo nome está associado ao Departamento de Filosofia da UFMG, do qual foi o fundador, assim como um dos fundadores da Faculdade onde está sediado, a FAFI, hoje FAFICH.
Ao traçar-lhe o perfil intelectual, é antes o perfil do herói-fundador que estará em jogo: fundador de instituições e de seus aparatos, como prédios, departamentos, regimentos, bibliotecas e revistas, como no seu caso. Um avis rara, antes de tudo, hoje em extinção, que vai junto com o eminente intelectual e professor que ele foi, e o que é importante para meus propósitos: uma e outra experiência tendo lugar no mesmo local e ambiente na Belo Horizonte daqueles anos, ao considerar nas análises o tempo em que tudo começou, o ano de 1939, a maneira ou o modo como começou, a situação do país em pleno Estado Novo, os legados do herói-fundador e mestre de várias gerações, o ocaso e o que sucederá depois com tudo que ele fez e deixou.
Trata-se das duas faces do mesmo personagem, com efeito: numa, o fundador da Faculdade da então Universidade de Minas Gerais (UMG), num tempo em que a UFMG não existia ainda, tendo sido criada 10 anos depois quando a UMG foi federalizada; noutra, o fundador do primeiro curso superior de filosofia em Minas Gerais, ensinada como disciplina laica fora dos seminários religiosos, o qual será o foco principal do verbete, devendo ater-me a breves considerações no tocante à primeira face, especialmente ao dar o contexto e o locus institucional em que a filosofia virá a lume e mostrará suas credenciais – uma filosofia institucionaliza-da e acadêmica, em suma, mas ainda precarizada nos tempos heroicos e...