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Clarice Lispector: movimentos de uma antropologia filosófica

Marília Murta de Almeida

Como citar este verbete:

ALMEIDA, Marília Murta, “Clarice Lispector: movimentos de uma antropologia filosófica” (última versão de setembro de 2023), Enciclopédia da Filosofia Brasileira, editada pelo Grupo de Trabalho em Pensamento Filosófico Brasileiro. Disponível em <https://www.editorafi.org/enciclopedia-da-filosofia-brasileira> https://dx.doi.org/10.22350/2023efb

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Clarice Lispector não é filósofa. Dedicou-se integralmente à escrita literária em diversas formas e meios de publicação. Romances, crônicas, contos, entrevistas e colunas femininas se espalharam em livros, jornais e revistas. Entretanto, a força filosófica de seus textos é indiscutível, o que facilmente se nota pela presença de sua obra em pesquisas de pós-graduação em filosofia. Benedito Nunes, professor e filósofo paraense de grande importância no cenário nacional, foi pioneiro na análise filosófica da obra clariciana.
Clarice Lispector também não é brasileira nata. Nasceu em uma pequena aldeia ucraniana quando sua família saía da Rússia em guerra em direção à América, ainda sem uma decisão sobre se rumariam para o norte ou para o sul do continente. Acabaram por aportar em Maceió quando a menina Clarice ainda não tinha completado o primeiro ano de vida. Jovem adulta, naturalizou-se brasileira, de modo a que em sua cidade natal, Tchechelnik, encontra-se uma placa em homenagem a ela em que se lê, em português e em russo: “Nesta vila nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 a escritora brasileira Clarice Lispector” (GOTLIB, 2008, p. 480). Assim, sem ser estritamente filósofa e nem brasileira, construiu uma obra de tal envergadura reflexiva em solo cultural brasileiro que...

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