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Fontes, arquivos e referências para pesquisa em filosofia colonial brasileira

Lúcio Marques

Como citar este verbete:

MARQUES, Lúcio, “Fontes, arquivos e referências para pesquisa em filosofia colonial brasileira” (última versão de agosto de 2022), Enciclopédia da Filosofia Brasileira, editada pelo Grupo de Trabalho em Pensamento Filosófico Brasileiro. Disponível em https://www.editorafi.org/enciclopedia-da-filosofia-brasileira - DOI: https://dx.doi.org/10.22350/2023efb

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Escrever quaisquer considerações sobre filosofia colonial brasileira pode soar um engano, pois não é incomum que se reafirme sua inexistência. De fato, ao perguntar se há uma filosofia brasileira, nem sempre se responde afirmativamente. Perguntar por uma filosofia colonial brasileira parece algo ainda mais raro. Porém, precisamos interrogar as certezas e investigar antes de concluir, mesmo quando a suspeita aponta em direção contrária. Penso no segundo poema de A paixão medida (1980) de Carlos Drummond de Andrade: “como é o lugar / quando ninguém passa por ele? / Existem as coisas / sem ser vistas? (...)
Existe, existe o mundo / apenas pelo olhar / que o cria e lhe confere / espacialidade? (...) Eis se delineia / espantosa batalha / entre o ser inventado / e o mundo inventor”. A ausência de conhecimento não significa inexistência de algo. Afinal, o mundo só existe, porque nós o criamos. Inventamos o mundo à medida que construímos narrativas e historicizamos as experiências passadas. Nesse sentido, ainda que não se reconheça como tal uma filosofia colonial brasileira, não seria possível inventá-la, narrar a origem dessa interrogação e investigá-la filosoficamente? Afinal, não devemos desconhecer que em “algum remoto recanto do universo, que se deságua fulgurantemente em inumeráveis sistemas solares, havia uma vez um astro, no qual animais astuciosos inventaram o conhecimento (Erfahrung der Erkenntnis)” segundo Friedrich Nietzsche (Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, 1873 §1). Essa necessidade de inventar o mundo e o conhecimento está inscrita na reflexão humana. Não sabemos como é o mundo antes de narrá-lo, dar-lhe uma historicidade, explicitar suas razões, isto é, antes de inventá-lo. Isso não se deve a um delírio poético. Ao contrário, a história da filosofia está cheia desses exemplos.
Um dos mais notórios é a história dos filósofos e da filosofia pré-socrática. Graças às edições Die Fragmente der Vorsokratiker por Hermann A. Diels e Walther Kranz não temos dúvidas sobre o valor e a significação histórica da filosofia anterior a Sócrates. Embora Platão e Aristóteles os considerassem, não produziram uma visão sistêmica de sua filosofia. E, como é sabido, essas...

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