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Gilda de Mello e Souza

Silvana de Souza Ramos

Como citar este verbete:

RAMOS, Silvana de Souza, “Gilda de Mello e Souza” (última versão de janeiro de 2024), Enciclopédia da Filosofia Brasileira, editada pelo Grupo de Trabalho em Pensamento Filosófico Brasileiro. Disponível em <https://www.editorafi.org/enciclopedia-da-filosofia-brasileira> DOI https://dx.doi.org/10.22350/2023efb

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Gilda de Mello e Souza (1919-2005) foi a primeira mulher docente contratada pelo Curso de Filosofia da Universidade de São Paulo, em 1954, vinte anos após a fundação deste. Em razão dos obstáculos que enfrentou por ser ensaísta, estudiosa de Estética e mulher, ela construiu uma carreira marcada por transbordamentos diversos, os quais lhe permitiram, contudo, desenvolver suas reflexões de modo bastante original. É certo que a origem social relativamente privilegiada lhe trouxe oportunidades ímpares, a começar pelo fato de que, para elaborar seus primeiros escritos, ela pôde desfrutar, desde a infância, da orientação de Mário de Andrade (1893-1945), de quem era prima em segundo grau. Quando contava com doze anos de vida, Gilda se mudou para a cidade de São Paulo, no intuito de dar seguimento aos estudos, tendo vindo morar na casa do primo Mário, de onde saiu apenas para se casar, em 1943, com o sociólogo e crítico literário Antonio Candido (1918-2017). A pensadora ingressou na Universidade de São Paulo em 1937, tornou-se bacharel em Filosofia em 1939, e licenciada em Filosofia no ano seguinte. Uma década depois, em 1950, ela defendeu sua tese de doutorado em Ciências Sociais, orientada por Roger Bastide (1898-1974), sobre o tema da moda na sociedade burguesa do século XIX, feito que poucas mulheres teriam condições de realizar em meados do século passado. A ensaísta fez parte da geração que produziu a revista Clima, publicação que inaugurou certo estilo moderno de crítica de arte no Brasilvii. Nos últimos anos de seu trabalho como docente na Universidade de São Paulo, entre 1969 e 1972 (Gilda se aposentaria no ano seguinte), em plena vigência de uma ditadura civil-militar no Brasil, ela presidiu o curso de Filosofia, tendo sido a principal responsável por uma espécie de refundação deste, a fim de resguardá-lo em sua autonomia frente a ameaça do então reitor Miguel Reale (1910-2006) de designar-lhe um interventor. No mesmo perío-
do, mais precisamente em 1970, ela fundou a revista Discurso, ainda hoje o periódico mais importante do Departamento de Filosofia da USP. Por fim, fazendo jus à atenção que recebera na infância e na juventude, tornou-se uma grande estudiosa da obra de Mário de Andrade. Ao longo desse trajeto, foi capaz de alcançar uma forma madura e original de pensamento estético e de crítica de arte. E se hoje nos interessamos tanto por sua figura...

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