Relações étnico-raciais e práxis insurgentes
Organizadores
Rai Soares
Hayda Alves
João Claudino
Edson Teixeira
Tarcísio Oliveira
Os escritos deste livro falam de existências, de insurgências, de lutas, de encontros de saberes, de buscas, de esperança, de práticas de pesquisa e de extensão; mas falam também de nós: negras, negros, nordestinos, brancos, estrangeiros, mulheres, homens, mães, pais, filhos, professores, estudantes, aprendizes, escritores, artistas, pessoas que vivem no tempo presente e que em suas práticas cotidianas, profissionais, políticas buscam a construção de um tempo no qual não caibam a exploração e opressão de um mundo mercantilizado. Um tempo em que pessoas que ousam insurgir contra a forma predatória de produzir riqueza, não sejam descartadas como peso morto. Não sejam exterminadas numa engenharia moderna que decide quem vive e quem morre, que autoriza o extermínio e cria formas de agigantar práticas fascistas de eliminar o outro. A decolonialidade que defendemos e buscamos cotidianamente é da práxis, da esperança e da luta ancestral que marca e fortalece sujeitos e sujeitas reais no tempo presente. É a extensão das ações e memórias de mulheres, homens e crianças trazidos forçadamente da África, de negros aquilombados, de povos indígenas em suas resistências permanente ao extermínio. É nas encruzilhadas que aprendemos com os passos dados desde longe, com os passos daqueles que nos antecederam e com os nossos próprios passos. Nesta mesma encruzilhada alavancamos processos de ruptura desta sociabilidade, referenciando-nos aos quilombos, acampamentos, favelas, assentamentos, aldeias indígenas e toda forma de organização insurgente, como possibilidades reais de encontrarmos e construirmos fagulhas de emancipação humana.