Epistemologias dos saberes em educação
Organizadores
André Luiz Correa de Brito
Andreza Cipriani
Katiúscia Raika Brandt Bihringer
Patricia Tatiane Raasch
Mesmo sendo um dos conceitos que retoma discussões muito antigas em Filosofia e tendo em sua conta múltiplas abordagens, dos gregos da Antiguidade aos nossos dias, início do Século XXI, há certa juventude no que se refere à epistemologia. Nas últimas quatro ou cinco décadas este termo tem chamado mais a atenção do que nas formações discursivas de outros momentos desta longa história. Igualmente, tem sofrido transformações significativas no modo como ele é posto a funcionar nas intersecções entre o labor científico, as práticas de educar, o campo mais amplo e aberto dos saberes e as questões de poder implicadas nestas relações. Etimologicamente, o termo Epistemologia remonta a dois vocábulos gregos, ἐπιστήμη (episteme), e λόγος, (logos). Episteme (ἐπιστήμη) designa conhecimento certo, ciência. Logos (λόγος) designa discurso, estudo. Em sentido estrito, epistemologia designa o ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico. Nesta delimitação a epistemologia estuda os princípios e os pressupostos, tanto no que se refere às capacidades ou faculdades do ser humano em conhecer, quanto dos métodos, das hipóteses e dos resultados da ciência ou das ciências. Sua função é mostrar as bases que conferem valor objetivo ao conhecimento científico. Mas deve indicar, igualmente, suas fragilidades ou equívocos que possam, involuntariamente, ocorrer, tanto com relação ao “sujeito do conhecimento” quanto em relação aos métodos do conhecer cientificamente. Utilizado neste sentido, o termo epistemologia refere-se à filosofia da ciência. [...] A expressão epistemologias da educação é, por si mesma, uma questão complexa e plural. Epistemologia da Educação contém duas afirmações extremamente problemáticas.