Comunicação e acessibilidades: um guia para práticas hospitaleiras
Organizadores
Sônia Caldas Pessoa
Camila Mantovani
Ângela Salgueiro Marques
Phellipy Pereira Jácome
Por mais que uma pessoa sem deficiência faça o exercício de imaginar situações de acessibilidades em produtos midiáticos, processos de produção e práticas de recepção, interpretação, circulação e compartilhamento das mensagens e conteúdos, dificilmente vai chegar próximo das necessidades de alguém cuja deficiência impõe limites para ver, ouvir, compreender, sentir, se movimentar... Talvez esse seja um desafio imposto aos profissionais de comunicação: traçar caminhos em direção a produtos de mídia acessíveis sem poder ter certeza de que estão efetivamente contemplando as necessidades de alguém. Mas se não tentarmos, como saberemos que as regras de acessibilidade podem fazer uma diferença significativa para milhares de pessoas? E se não acreditamos na relevância, nos privamos de buscar alguns atalhos, com dicas práticas, e o caminho pode ser mais longo. Movidos pela utopia de tocar profissionais, estudantes e professores de comunicação para um olhar cuidadoso para a sua própria produção midiática nos encorajamos e seguimos os nossos guias. Estes sim, sujeitos inspiradores não pela deficiência, mas pela provocação que nos apresentam. Pessoas com deficiência cujos depoimentos estão neste livro foram, espontaneamente, nos abrindo caminhos, nos acompanharam e nos dirigiram em direção a um aprendizado necessário: ouvir o outro, saber que a sua existência não é igual às de tantos outros, e de algum modo compreender a complexidade da comunicação para diferentes grupos ou pessoas que estão, por conta da deficiência à margem de um público imaginado