O sujeito dos afetos entre a religião e a política: narrativas de um Brasil
Organizadores
Mariana Paolozzi
Marcus Vinicius de Souza Nunes
Cristiano M. Moreira
Fabio Paulo Belli
Este livro é a tentativa de ler sob uma luz multidisciplinar alguns atravessamentos que formam o sujeito contemporâneo, seus afetos e seu lugar na esfera pública.
Passamos por uma onda neo-conservadora. Posturas xenófobas, racismos, violências corporais, psíquicas e simbólicas em associação com a capacidade de devastação neoliberal produzem mais e mais sofrimento. Onda conservadora? Não, chamá-la assim é equívoco semântico. A onda é reacionária, aliada aos mais modernos meios do tecnocapitalismo. Avanço tecnológico e ideologias requentadas nos caldeirões dos donos do poder se revezam. Entre as tecnologias ideológicas estão os discursos que transitam entre o religioso e o político, parecendo fazer pouco caso da separação moderna que parecia consolidada: de um lado a coisa pública, dos interesses de todos, do outro os interesses e sistemas de crenças particulares. A religião desempenha no Brasil um papel público. Saber se esse papel que ora desempenha é o que lhe é devido é outro assunto. Saber ainda se deve ou não desempenhar um papel público é outro tema ainda. Mas é inegável que precisamos tratar desses entrecruzamentos que formam parte do método do poder psicopolítico que nos atravessa.