Princípios psicanalíticos: de entradas e variedades casuais

Quis-se, no presente livro, realçar considerações sobre variados começos de tratamentos, mais ou menos analíticos, isto é, importava menos se o fossem. Importava mais como horizonte ou como conversa, o tal analítico – ainda que pudesse emergir como eixo pivô também. Mas, daí o convite às autorias, para que nos falassem das suas diversidades práticas, de princípios e encaminhamentos reversos, cada um a seu modo e a seu contexto. Por vinheta e só vinheta, mais denso em teoria, se dedicado ao além-consultório, certamente para mais que a dita ‘prática comum’ – se é que haveria isso (há prática, agora, “comum” é outra história) –, tudo isso fora convocado. Começos de relações terapêuticas, é disso que se trata, se faz o tratamento. Ou mais bem, é isso que se traz. Por ensaio, reflexão, contação e teorização. Então, assim, aqui: ensaiam: Talita Minervino e Luiz Eduardo; clinicam: Victória Kniest, Luiza Azem, Carina Cruvinel e Karina Destro; densificam em extensão: Cirlana Rodrigues, Gabriel Binkowski, Clarice Paulon, Julia Bartsch, Aline Accioly, Augusto Coaracy e Mayara Pinho; em teoria e tese, Estanislau Alves, Enzo Pizzimenti e Andressa Dumarde. Mas a separação é mentira: tudo se mistura, em forma e conteúdo. Um conjugado interessantíssimo e instigante, capaz de efeito caleidoscópico, de impressionar: entrelinhas, entrelaços, interpenetrações e cruzamentos. É mesmo como se uma coisa se transformasse em outra e isso levasse a mais transformações. Em suma, enfim, dedica-se tal empreendimento ao leitor que agora, esperamos, possa ser transformado desigualmente.