Afetos e experiências da, na e para a universidade

Quando consideramos o impacto dos afetos na pesquisa, no ensino e na extensão universitária, deparamo-nos com uma mobilização que altera a maneira como vemos, percebemos e pensamos as coisas. Essa mobilização nos conecta com o outro de maneira profunda, tornando-nos vulneráveis e permitindo que as interações nos transformem, modificando nosso pensamento e nossa capacidade de agir no mundo. Afinal, trabalhar com os afetos em pesquisa, configurando metodologias ou formas de produzir novos saberes, significa alterar quadros de interpretação e produção de sentido, tornando visível, e/ou legível, não apenas conceitos, mas também formas de vida. Nesse contexto, parece-nos fundamental manter um diálogo contínuo com pesquisas, projetos e práticas que busquem não apenas consolidar o conhecimento existente, mas também explorar novas perspectivas e abordagens. As dinâmicas turbulentas que, atualmente, nos atravessam, sejam as crises socioambientais, as guerras e/ou as microagressões cotidianas, e que incidem mais fortemente sobre sujeitos vulneráveis, exigem da ciência agilidade, sensibilidade e criatividade para pensar métodos de investigação que consigam lidar com questões complexas e desafios sociais. Acreditamos, portanto, numa universidade que incentive uma formação não apenas técnica, mas também cidadã, reconhecendo e desempenhando o seu papel como agente de transformação social, comprometida com a garantia de direitos e deveres. Esperamos que este livro possa ser uma fonte de inspiração para novas reflexões e possibilidades, incentivando uma contínua experimentação dos afetos na universidade e de suas reverberações em nossa jornada acadêmica e pessoal.